domingo, 1 de novembro de 2009

Vinhos brasileiros

As primeiras videiras foram introduzidas por Martin Afonso de Sousa, em 1532, na capitania de São Vicente, Vitis vinifera, oriundas de Portugal e da Espanha. No mesmo ano, o fundador de Santos, Brás Cubas, tentou cultivar as videiras de forma mais ordenada, não obtendo, contudo, sucesso.
No Rio Grande do Sul, as primeiras videiras foram introduzidas por jesuítas, em 1626, posto que usavam os vinhos em rituais da missa católica. A introdução de outras variedades européias nesse estado deu-se com a chegada dos imigrantes alemães, com bons resultados.
As videiras americanas foram importadas em 1840 pelo comerciante Thomas Master, que as plantou na Ilha dos Marinheiros. Serviam, basicamente, para o consumo in natura, na forma de fruta fresca ou passas. Mas, graças a sua ótima adaptação, começaram a ser utilizadas para a produção de vinho.
A viniticultura gaúcha teve um grande impulso a partir de 1875, com a chegada de imigrantes italianos. E, apesar de um sucesso inicial, as videiras finas não se adaptaram ao clima tropical úmido e foram dizimadas por doenças fúngicas. Porém, com a adoção da variedade Isabel, então cultivada pelos colonos alemães no Vale do Rio dos Sinos e no Vale do Caí, deu-se a produção de vinhos com qualidade discutível. O cultivo espalhou-se para outras regiões do país, tornando-se a base do desenvolvimento da vitinicultura no Rio Grande do Sul e em São Paulo.
Mas foi somente a partir da década de 1990 que vinhos de maior qualidade passaram a ser produzidos, com crescente profissionalização e a adaptação de uvas finas ao clima da Serra Gaúcha. A região tem produzido vinhos de qualidade bastante satisfatória e cescente. O Vale do São Francisco, em Pernambuco e Bahia, tem de se destacado, também, na produção de vinhos. E, graças a suas características climáticas é a única região do mundo a produzir vinhos de qualidade oriundos de duas colheitas por ano.
Destaca-se, hoje, a produção de espumantes, classificados como vinhos de boa qualidade, mas ainda carentes de distribuição mundial e reconhecimento. Infelizmente, a cultura do vinho no Brasil é pouco desenvolvida, assim como seu consumo, o que vem mudando nos çultimos 30 anos, lentamente. O consumo de vinho chegou ao brasileiro médio entre os anos 70 e 80, com os famosos rieslings, de baixo custo (e péssima qualidade). O paladar brasileiro foi-se apurando com o tempo e a (lenta) experimentação, exigindo vinhos melhores e a importação de produtos de melhor qualidade.
Assim, a viniticultura brasileira mostra-se promissora, porém jovem, sem o amparo de uma cultura que a valorize devidamente.
Encerro, pois, o ciclo de países sul-americanos produtores de vinho - Uruguai, Chile, Argentina e Brasil. Explorem seus vinhos. Há grande riqueza e diversidade, com preços acessíveis.

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Rogério Roscio - Personal Chef   © 2008. Template Recipes by Emporium Digital

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